sexta-feira, 30 de maio de 2008


Quêm vê estas fotos ou conheçe pessoalmente o lugar geralmente pensa que é tudo mata virgem.
Pois saiba que alí o homem já fez muita história. O Ilhote do Leste foi longamente analisado por Tenório no livro Ilhagrande: do Sambaqui ao turismo. Lendo-o descubrimos que existiú um grande grupo de homens-sambaqui(2000 a 4000 anos aC) que dedicavam-se á confeçao de machados e outras ferramentas. As marcas estao impressas nas pedras ao redor do ilhote. Sao os tais de amoladores fixos. Encontramos sambaquis em outros setores, geralmente na beira das Lagoas do Sul e do Leste. Algúns nao foram tocados. Também há marcas de ocas, o que demonstra a presença de indios também no local, embora um pouco mais afastados da praia e das lagoas. E vocês nao imaginan a quantidade de estradas, pilastras, muros, terraplenes...isto me incentivou a procurar os registros de terras da época. Em 1854-57 forom registradas pelo menos quatro fazendas na área. Além da Fazenda Rodéio na Lagoa do Leste, houve outra no canto norte, indo para Parnaioca. Na Lagoa do Sul havía uma fazenda enorme que hoje é lembrada popularmente com o nome de Fazenda dos Trevas o dos Arrependidos, no alto da montanha o que lhes dava o privilégio duma vista panorâmica sem igual. A importância desta fazenda pode-se deduzir por vários vestígios: há uma estrada(chamada "da tropa") que entra pela Praia do Sul beirando o braço da Lagoa do Leste(que era chamada no séc. XIX de río Nilo), continúa beirando a Lagoa do Sul pelo morro que separa as duas lagoas, atravessa o río (vulgo "do Beijaflor") e sobe até o nível da casa grande, passando por várias ruínas do que poderíamos considerar fossem a vila dos empregados, armazéns, etc. Lamentavelmente restam poucas provas e nada achei escrito sobre o assunto, mas pelo que vimos a Reserva já foi uma enorme plantaçao de cana e café, intercomunicada com outras fazendas através de estradas que se conservam até hoje. Se alguém da área de história ou antropología se interessar por aprofundar nestes conhecimentos, me ofereço para fornecer o material (pouco ou muito) que tenha.
(E por favor desculpen o meu português deficiente)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

As ruínas do Castelo



Estas fotos saõ das ruinas de uma fazenda localizada no alto do que hoje é chamado de Morro do Castelo na Praia Grande de Araçatiba. Na beira da cachoeira que desagua ao lado do colégio Gral. Travassos se conservan 4 pilastras y algún trechos de muros. O lugar já foi muito visitado e ultrajado. Podemos notar que ao pé de duas pilastras o chao foi frenéticamente cavado. Tal vez a motivaçao foi a lenda de que os donos enterraram ouro alí antes de sair...Muitas lendas desse tipo corren por estos lados. Isso tal vez explique a dificuldade de obter novas informações para achar ruínas de parte dos nativos mais conhecedores da área. Dona Alaide me contava que o primeiro que tirarom das fazendas quando foram abandonadas era as telhas. Me disse que até uns cinquenta anos, todos os telhados eram de sapé, pois telhado de barro era coisa de rico. Também foram muito aproveitadas as casas de farinha, os moínhos, as bacías de cobre y as madeiras nobres usadas na construção das casas grandes. Também as pedras do piso.

domingo, 18 de maio de 2008

Fazenda Rodéio



As ruinas do periodo colonial

Há três anos a gente faz expediçoes em busca de vestígios da arquitectura, da lavoura e das modificações naturais (detectáveis) da época dos engenhos açucareiros predominantes até o séc. XIX e das fazenda de café do séc. XIX. Quem conhece a Ilha Grande sabe que nao é fácil percorre-la fora das trilhas. A emoçao é sem par. Horas e horas andando, as vezes desbravando. Você nao imaginaría que nessa imensidao verde e quasse impenetrável possa algúm día ter havido uma vila, uma senzala, uma casa grande, armazéins. Mas, de repente, descubríamos algumas pilastras...terraplenagens seguros sobre muros secos (sem massa), pedras sobre pedras montadas com o trabalho de profissionáis e dos escravos que as carregarom. Nossa atençao concentra-se na área sul da Ilha, a que vai de Praia da Tapera até Gruta do Acaiá. Ainda bem que tiramos varias fotos, pois todo vestígio histórico deste lado da ilha está sob o comando da natureza que dia após dia empenha-se em derruir a açao do homem. Assim, o pouco que restou dos saqueios e dos avatares tropicais balbucéia ainda antes de sumir uma história que precissa ser contada em detalhes. Com esse ambicioso objetivo tenho mergulhado em toda bibliografía que acho, em algúns documentos como Livros de Registros de Terras e também colhí depoimentos dos antigos moradores. Como a internet é um fantástico meio de comunicaçao, convoco toda pessoa que queira aportar seus conhecimentos, fotos, dar dicas ou discutir idéias sobre este assunto. Espero que juntos posamos contribuir á recuperaçao da memória histórica da ilha, que é a melhor forma de preservar sua cultura.